O texto abaixo eu encontrei em um dos meus blogs favoritos, o Três Nortes, que traz sempre histórias interessantes. Dessa vez, tomei a liberdade de dividir o texto aqui com vocês.

como é a vila onde você morava

Francisco era conhecido como o sábio da vila onde morava. Eram apenas 534 pessoas e poucas famílias no povoado de Samsarópolis. Viviam da farinha que fabricavam e vendiam. Homens e mulheres participavam de produção e gostavam do que faziam.

Todas as tardes, após terminar o trabalho, Francisco sentava-se na sua varanda, quase na calçada da rua, com seu chimarrão em mãos e uma feição de paz no rosto. As casas não tinham cerca. A vida ali era tranquila.

Um belo dia Francisco observou uma senhora desconhecida caminhando pela rua. Ela carregava uma pequena trouxa de roupas e pertences na cabeça e caminhava vagarosamente, mostrando seu cansaço pela jornada. Parou na frente da casa de Francisco. O homem parecia receptivo, pensou.

“Boa tarde”.

“Boa tarde”.

“Eu estou a procura de uma nova vila para morar. Como é morar aqui?”

“Como era a que você morava”?, perguntou Francisco.

“A que eu estava antes era bem feia e repleta de gente amarga, mau humorada, rancorosa e invejosa. Todos reclamam o dia todo lá e eu não aguentava mais. Minha vida era muito dura e ninguém nunca me ajudava. Todos eram muito egoístas. Eu nem quis fazer amigos lá porque nada me agradava. Aqui parece tranquilo, apesar de ser pequeno e sem muito conforto. O senhor pode me responder, por favor, como é o povo daqui”?

“Minha senhora o povo daqui é exatamente como a senhora descreveu no lugar que deixou para traz”.

“Ahhhh. Então vou seguir em frente. Estou cansada dessa vida amarga. Obrigada”.

E saiu apressando o passo.

No dia seguinte, Francisco no mesmo local, com o mesmo chimarrão. Olhando longe avistou um senhor caminhando em sua direção com um pequeno burro que carregava dois sacos com seus pertences. O senhor e o burro pararam na frente da casa de Francisco.

“Boa tarde senhor”.

“Boa tarde”.

“Senhor, eu estou procurando uma nova vila para morar. Aqui parece ser um bom lugar para se viver. Como é morar aqui”?

Como era a que você morava”?, perguntou Francisco.

“Ah! Lá era tudo bem bonito, cheio de flores e pássaros. As pessoas sempre foram muito bondosas comigo e a harmonia sempre reinou entre nós. Eu fiz muitos amigos lá. Sempre nos ajudamos muito e meus dias eram sempre repletos de boas risadas. Mas, estou ficando velho, e a vila fica muito longe da vila dos meus parentes. Esta aqui é bem mais próxima. O senhor pode me dizer como é o povo que mora aqui, por favor”?

“Meu senhor, o povo daqui é exatamente como o senhor descreveu na sua vila”.

“Opa, então é aqui mesmo que arreio meu burro”!

Moral da história: a vila será sempre um reflexo de quem você é! : )

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Barbara Bueno - brasilnaitalia
Barbara Bueno é uma jornalista brasileira que mora em Florença desde março de 2005. Foi para a Toscana em busca das suas origens italianas. Em janeiro de 2007 criou o blog BRASIL NA ITALIA. Já trabalhou como content manager para a Regione Toscana, obteve habilitação como assistente turística e foi proprietária de agência de viagem na Italia (até chegar a pandemia...). Hoje se interessa por criptomoedas e voltou a fazer o que mais gosta: buscar novidades, visitar lugares interessantes e escrever! Se você tem uma dúvida sobre a Italia visite a seção Dúvidas sobre a Italia.

5 COMENTÁRIOS

  1. @Amanda
    Acabei de ler o texto do Paulo Coelho que você recomendou e concordo exatamente com ele. Vou ver se em breve publico ele aqui também. É preciso seguir adiante. Vou agora fuçar lá no seu blog. Obrigada pela visita.
    abs,
    Babi

  2. @Rosaly
    Interessante o seu ponto de vista. Eu já refleti diversas vezes sobre o tema, especialmente acompanhando a história de tantos brasileiros pelo mundo. Reparei que em geral que a vida se faz mais difícil para quem só sabe reclamar. Fala a verdade: é ou não chato conviver com gente que resmunga o dia inteiro e não oferece alternativas para melhorar a situação? Gente que invés de te dar a mão e seguir em frente te puxa para trás para te impedir de caminhar. Quantas pessoas assim existem por aí?
    Acho que é bem diferente de ser Polyana. Não se trata de fingir que as coisas ruins não existem, mas buscar alternativas para que as coisas melhorem e talvez ter a coragem de olhar para dentro de si mesmo e de não dar a culpa sempre no outro.
    A verdade é que na vida é difícil ter 100% de aprovação. Não é possível que todas as pessoas gostem da gente ou tenham simpatia pela gente. Da mesma forma é muito difícil ter 100% de rejeição e não encontrar ninguém que goste da gente. Como diz o ditado: o importante é cuidar do jardim, que as borboletas chegam. 🙂 Uma beijoca para vc, Babi

  3. Também gostei muito do texto!!
    Estou na Itália a 1 mês mas já vivi em outros países antes e sempre penso nisso!! O sucesso das mudanças e nossa felicidade depende de como estamos abertos para ver e encarar as oportunidades!!
    Como sempre fiz intercâmbios e mudei algumas vezes de cidade até mesmo no Brasil, gostava muito também de um texto do Paulo Coelho que chama Fechando Ciclos… se não conhece, vale a pena!!
    Amanda
    http://www.extern360.blospot.com

  4. Eu gostei muito do texto e apesar de ser muito simples, ele é muito verdadeiro e nos faz pensar. Eu concordo com a principal mensagem que tudo se origina em nós. No entanto, as vezes mesmo com nossos esforços e simpatia em sermos amigos, os outros "moradores" da Vila nem sempre retribuem para surgir a comunhão.
    Enfim, o que quero dizer é que sim, somos responsáveis pelo que vivemos, mas nao podemos omitir totalmente a influência ou a importância que os outros exercem também no contexto geral da Vila. Não adianta eu ser a Polyana eterna quando ninguem não esta nem aí pra mim!
    Que achas?

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