A arte da cerâmica consiste na produção de objetos feitos de argila e posteriormente submetidos à alta temperatura. Uma tradição antiga, imagine que na pré-história a Humanidade já começava a produzir os primeiros objetos de cerâmica. Mas hoje vamos falar da cerâmica italiana realizada por um artista fiorentino que fez a sua fama entre o final do século XIX e início do século XX. Estamos falando de Galileo Chini.
Índice do artigo:
1. Museu Chini de Borgo San Lorenzo
1.1 Informações práticas para visitar o Museu Chini
2. A vida e obras de Galileo Chini
1. Museu Chini de Borgo San Lorenzo
O Museu Chini fica em um dos edifícios mais bonitos de Borgo San Lorenzo: a Villa Pecori Giraldi. Neste edifício é possível admirar algumas das cerâmicas importantes do acervo Chini.
Durante o Ingorgo Letterario de Borgo San Lorenzo em 2021 levei as crianças para participar do evento “Il piccolo Galileo Chini e la scoperta della ceramica“, uma leitura da fábula “Il Piccolo Galielo Chini e o descobrimento da cerâmica” seguida por uma visita ao museu para conhecer como da argila é possível criar tantos objetos bonitos e úteis.
As crianças se divertiram observando objetos de cerâmica que iam de vasos, jarras e pratos até poltronas de cerâmica, todas coloridas com temáticas diversas.
Ao final do evento as crianças fizeram um desenho de um objeto de cerâmica inspirados nos objetos que viram.
1.1 Informações práticas para visitar o Museu Chini
O calendário de abertura do Museu Chini varia de acordo com a época do ano.
Horário Inverno (1º de novembro até 31 de março): aos sábados e domingos das 10:00 às 13:00 e das 15:00 às 19:00.
Horário Verão (1º de abril até 31 de outubro): de sexta a domingo das 10:00 às 13:00 e das 15:00 às 19:00.
É recomendável checar o horário de abertura por e-mail (info@chinimuseo.it) ou por telefone (+39 0558456230)
Os ingressos para o Chini Museo custam Euro 5,00 por pessoa e para o Chini Contemporary Euro 6,00 por pessoa. Existe um desconto especial para os dois museus. Euro 8,00 por pessoa. Mais detalhes: http://www.chinimuseo.it/index.php/info/
2. A vida e obras de Galileo Chini
Galileo Andrea Maria Chini nasceu em Florença em 2 de dezembro de 1873 na casa de Via delle Terme, filho de Elio e Aristea Bastiani. Em 1884, aos onze anos, perde o pai.
Seu tio paterno Dario, conhecido decorador e restaurador de afrescos, dono de uma conceituada oficina de restauro, encaminhou-o para o estudo da decoração, matriculando-o na Escola de Arte de Santa Croce de Florença, também frequentada pelos três irmãos Coppedé e Ugo Giusti, com quem mais tarde irá colaborar.
Após uma breve interrupção nos estudos para trabalhar, Galileo Chini volta a estudar em 1887 nas escolas noturnas de Via Maggio e nas escolas aos domingos Dazzi em Florença. Por volta de 1890 conhece o pintor Giulio Bargellini que trabalha com Augusto Burchi.
Em 1894 recebeu a primeira encomenda de uma decoração verdadeiramente exigente: Augusto Burchi, artista, pintor de afresco e restaurador influenciado pelo gosto francês, confiou-lhe a decoração mural do teto da sala de recepção do Palazzo Budini-Gattai em Florença, onde criou uma tapeçaria falsa e colabora com Giulio Bargellini para o friso.
Em 1895 frequenta a escola livre da nudez na academia de Bellas Artes de Florença. No mesmo período fica sócio do Circolo degli Artisti onde faz amizade com várias personalidades como Giovanni Papini, Sem Benelli, Enrico Sacchetti, Telemaco Signorini, Ludovico Tommasi, Salvino Tofanari, Libero Andreotti e Plinio Nomellini.
Em 1896, Galileo Chini, movido pela amargura pela venda da Cerâmica Ginori de Doccia ao industrial Augusto Richard de Milão, fundou a Manifattura Arte della Ceramica com Giovanni Vannuzzi, Vittorio Giunti e Giovanni Montelatici, próximo aos ideais das artes inglesas e Artesanato para a renovação do artesanato artístico. Romã e mãos entrelaçadas, símbolos de fecundidade e fraternidade, são a primeira marca escolhida para definir o cenário da Manufatura. Influências pré-rafaelitas caracterizam as primeiras criações cerâmicas. Realiza uma extraordinária produção que atinge sucesso internacional.
A produção da Arte da Cerâmica, em cuja companhia entretanto se juntaram os primos Chino, Augusto e Guido, foi apresentada em 1898 na Mostra Nacional de Arte de Torino onde conquistou a medalha de ouro.
Em 22 de abril de 1899, Chini casou-se com Elvira Pescetti. No ano seguinte nasceu a filha Isotta e em 1901 o filho Eros. Em 1900 a Arte da Cerâmica triunfa na Exposição Internacional de Paris, obtendo o Grande Prêmio, graças às experiências com o brilho metálico e ao início de uma relação fecunda com a arquitetura, bem à frente de seu tempo.
O estilo de produção modernista, com módulos estilizados e caligráficos, permite-lhe obter prêmios nas principais exposições internacionais. Em 1901 a Manufatura participou nas exposições em Ghent, Bruxelas e Petersburgo, onde a czarina comprou algumas cerâmicas.
Ao mesmo tempo que se interessa pela cerâmica, Galileo Chini também realiza trabalhos como pintor e decorador. Participa da Bienal de Veneza em 1901 apresentando o quadro “La Quiete”. Sua participação a esses eventos venezianos é frequente até 1936.
Em 1904 por desentendimentos com a direção de arte da Ceramica abandona a sua empresa e depois anos depois, em 1906, com seu primo Chino funda em Borgo San Lorenzo, no Mugello, uma nova empresa: Le Fornaci San Lorenzo. A nova empresa também se dedica a produção de vidro.
Em 1907 participa da decoração da Sala dos Sonhos na Bienal Veneziana. Para a edição sucessiva deste evento decora os detalhes da cúpula de entrada com objetos sobre o mundo da arte. Esta obra, admirada pelo Rei do Siam (Siam é o nome do país que posteriormente mudaria de nome para Tailândia), acaba rendendo o trabalho de fazer os afrescos do palácio do Trono de Bangkok. Veja abaixo algumas imagens do Palácio do Trono Ananta Samakhom em Bangkok com trabalho de Galileo Chini (fonte: Repertorio Galileo Chini)
Em 1911 colabora com o arquiteto Ugo Giusti a decoração do pavilhão toscano para a mostra etnografica de Roma. No mesmo ano parte para a Tailândia e só retorna definitivamente em 1913. No ano seguinte faz Diciotto Pannelli, inspirada na obra de Klimt. Para a sala dedicada ao escultor Ivan Mestrovic, na Bienal de Veneza, apresenta algumas obras do período da Tailândia.
Vai visitar o Palazzo Pitti em Florença? Na Galleria d’Arte Moderna tem por exemplo a obra “Festa dell’ultimo dell’anno a Bangkok” de Galileo Chini
Ainda em 1914 vira professor de decoração da Academia de Belas Artes de Florença. Em 1917 publica, junto com Soffici, Morbelli, Casorati, Cifariello, Grubicy, De Carolis, Michetti e Sartorio o manifesto “Rinnovandoci Rinnoviamo” onde ilustram o desejo da Abolição das academias a favor da fundação de escolas artístico-industriais.
Em 1918 realiza as cenas para a obra Gianni Schicchi de Puccini. Por volta de 1921 faz também trabalhos de decorações na Villa Scalini di Carbonate no Lago de Como.
Entre 1922 e 1923 realiza os afrescos da escadaria central do estabelecimento de termas Lorenzo Berzieri em Salsomaggiore. Para este edifício, projetado por Ugo Giusti, Le Fornaci San Lorenzo realizam um revestimento decorativo em Grès Ceramico e as janelas de vidro colorido.
Continua a trabalhar com cenografia realizando entre 1923 e 1924 os primeiros rascunhos para La Turandot de Puccini.
Após a exposição de artes de Paris em 1925, onde participam também Le Fornaci San Lorenzo, Galileo Chini se distancia do setor da cerâmica e se dedica cada vez mais a pintura de telos. A progressiva cegueira que o atinge em meados dos anos 1940 reduzi seus trabalhos e nos últimos anos Galileo afronta com tons muito escuros temáticas referentes à morte. Morre em Florença em 1956
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