“Acreditem nas instituições, na justiça, nas Forças de Polícia sempre ao seu lado e denunciem, denunciem quem não respeita o seu direito de ser mulher, a sua personalidade” disse a ministra do Interno, Luciana Lamorgese, no dia 25/11/2020, no Dia Internacional para o Fim da Violência Contra as Mulheres.

A ministra Lamorgese lembra que as mulheres tem um instrumento a mais para denunciar: a app YouPol da Polizia di Stato (disponível para Android e iphone/ipad) e que permite contactar, especialmente em situações de perigo, os operadores permitindo que eles localizem imediatamente a vítima e a socorram. A app é gratuita e fácil de utilizar (esperando que nunca seja necessário usá-la).

Lembrando que em 2019 foi criada a “Legge Codice Rosso” (lei n. 69/2019) que tem o objetivo a dar prioridade para os casos de violência doméstica contra mulheres e menores de idade e criou medidas específicas para tutelar as vítimas de violência doméstica.

O Ministero dell’Interno publicou um dossier com o ponto da situação 1 ano após a implantação da Legge Codice Rosso.

Os números de violência contra as mulheres

Feminicídio na Italia – Se anualmente uma mulher é assassinada a cada 6 dias, durante o lockdown com a emergência coronavirus as mulheres representaram 75,9% das vítimas de homicídios em ambiente familiar – afetivo como reportado no último Dossier Viminale.

Você pode acompanhar aqui o elenco de feminicídio na Italia em 2020 com os nomes das vítimas e as cidades com registros de mulheres assassinadas na Italia em 2020

Fim da Violência Contra as Mulheres - o Palazzo Chigi na Italia se ilumina de vermelho
Palazzo Chigi na Italia se ilumina de vermelho em homenagem ao Dia Internacional para o Fim da Violência Contra as Mulheres

No women no panel

A Rai Radio 1 lançou a campanha “No women no panel – Senza donne non se ne parla” em parceria com a Rappresentanza della Commissione Europea in Italia e com a comissária da UE Mariya Gabriel, ideadora da iniciativa.

O canal da Rai Radio se empenha em uma equa representação de gênero em todas as transmissões, a valorizar o talento e a competência das mulheres e dos homens empenhados de forma igual para dar a própria contribuição ao desenvolvimento civil, econômico e cultural do país e para pedir em todas as sedes institucionais, públicas, privadas, ao mundo científico e mediático de aderir a essa missão, inserindo de maneira mais paritária possível a presença de mulheres e homens em eventos, conferências, comissões e debates televisivos.

Por que celebramos no dia 25 de novembro?

A data de 25 de novembro foi escolhida para representar o dia internacional para o fim da violência contra as mulheres durante uma assembléia da ONU em 1999. Ela representa a lembrança do sacrifício das irmãs Patria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, mortas pelos agentes do ditador Rafael Leonidas Trujillo na República Dominicana.

Para quem não lembra (ou não tinha nascido ainda) a história é a seguinte: em 1960 as irmãs estavam indo para uma prisão visitar os maridos e foram paradas na rua, apanharam com bastões e foram jogadas em um precipício pelos seus assassinos que tentaram passar esse ato de brutal violência como um acidente.

Para a opinião pública foi logo claro que as três irmãs tinham sido assassinadas. Elas eram ativistas do grupo clandestino Movimento 14 de Julho. Devido a militância, as mulheres foram também presas por alguns meses em janeiro de 1960. Para saber mais sobre o caso confira a página sobre elas na Enciclopedia delle donne.

As três irmãs entraram para a história com o nome de Las Mariposas (as borboletas), graças a coragem demonstrada em se opor ditadura, lutando pelo direito das mulheres.

No dia 03 de agosto de 1960, devido as pressões da opinião pública e pelas acusações de “violação dos direitos humanos” formulada pelas Organizações dos Estados Americanos contra o regime, o presidente Héctor Bienvenido apresentou sua demissão e assumiu o vice-presidente Joaquín Balaguer, enquanto Trujillo foi assassinado em 30 de maio de 1961.

As três irmãs foram lembradas em 1995 pela escritora dominicana Julia Alvarez no livro “Il tempo delle farfalle”, obra que inspirou o filme In the Time of the Butterflies com Salma Hayek no papel de Minerva.

Abaixo o trailer do filme In the Time of the Butterflies

Em 25 de novembro de 1981 acontece o primeiro “Encontro Internacional Feminista das mulheres Latinoamericanas e caraíbicas” e daquele momento o dia 25 de novembro foi lembrado como data símbolo.

Depois, em 1999 aconteceu a institucionalização oficial da ONU com a resolução 54/134 de 17 de dezembro. Um passo avanti para o reconhecimento da violência sobre as mulheres e como fenomeno social a ser combatido graças as Declarações de Viena de 1993.

O símbolo dos sapatos vermelhos

Um dos símbolos mais usados para denunciar a violência contra as mulheres e sensibilizar a opinião pública sobre o tema são os sapatos vermelhos, “abandonados” em várias praças. Um símbolo ideado de 2009 pela artista mexicana  Elina Chauvet com a obra Zapatos Rojas.

Sapatos Vemelhos a famosa instalação da artista Elina Chauvet

A instalação apareceu pela primeira vez em frente ao consulado mexicano em El Paso, no Texas, para relembrar as centenas de mulheres sequestadas, estupradas e mortas na Ciudad Juarez. Com a sua arte Chauvet relembra também uma sua batalha pessoal: relembrar diariamente a sua irmã menor, morta pelo companheiro quando tinha 22 anos.

Na Italia muitas cidades lembram com O banco vermelho

O banco vermelho (le panchine rosse) se transformaram em um símbolo do empenho do Serviço Público contra a violência de gênero, já presente em várias cidades da Italia ou mesmo nas sedes da Rai, durante programas de TV.

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Barbara Bueno - brasilnaitalia
Barbara Bueno é uma jornalista brasileira que mora em Florença desde março de 2005. Foi para a Toscana em busca das suas origens italianas. Em janeiro de 2007 criou o blog BRASIL NA ITALIA. Já trabalhou como content manager para a Regione Toscana, obteve habilitação como assistente turística e foi proprietária de agência de viagem na Italia (até chegar a pandemia...). Hoje se interessa por criptomoedas e voltou a fazer o que mais gosta: buscar novidades, visitar lugares interessantes e escrever! Se você tem uma dúvida sobre a Italia visite a seção Dúvidas sobre a Italia.

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