Lojistas de Florença protestam contra lockdown

Prontos para desobediência civil se o governo não reabrir o comércio no dia 03 de dezembro. Esse é o espírito dos comerciantes da Via Gioberti de Florença, uma das ruas mais tradicionais do comércio fiorentino. Os lojistas que não se enquadram nas exceções do último Dpcm e estão proibidos de abrir suas lojas estão revoltados, como relatou o jornal La Nazione de hoje.

“Estamos cansados porque não estamos vendendo nada, mas os impostos são pagos da mesma forma. Os aluguéis também. Estamos com as lojas cheias de mercadoria que não serão vendidas e temos que pagar os fornecedores de qualquer forma.” – explica o presidente da associação Le Cento Botteghe, Danilo Bencistà.

Bencistà contou a jornalista Paola Fichera de La Nazione que ontem enviaram uma carta ao premier Giuseppe Conte, ao ministro da saúde, Roberto Speranza, ao governador da Toscana, Eugenio Giani, e ao prefeito de Florença, Dario Nardella. Se eles não permitirem a reabertura das lojas no dia 03 de dezembro de 2020 os lojistas ameaçam: “Vamos abrir da mesma fora – porque o Natal é a nossa última possibilidade. E não podemos estar parados vendo a Amazon distribuir mercadorias para todo mundo”.

Com o Dpcm de 03 de novembro algumas categorias de comércio podem abrir e outras não. Isso porque algumas lojas foram consideradas de “categorias essenciais”. Todas as que não são “essenciais” devem fechar as portas. A imagem abaixo da associação Le Cento Botteghe mostra o que ainda pode abrir:

Um mar de protestos e reclamações. Alessandra que vende sapatos polemiza: “Por que não nos dão a possibilidade de vender com hora marcada? Não é difícil podemos fazer isso e respeitar todas as normas anti Covid”. Ao seu lado uma colega comenta: “Em Campo di Marte (outro bairro fiorentino) fecham todas as lojas da mesma calçada. Não queremos ter o mesmo fim.” E outra lojista Loredana também relatou furiosa: “Ontem estava na loja trabalhando no computador quando chegaram duas mulheres e bateram no vidro. Eu fiz sinal de não, que estávamos fechados. Então elas me mostraram a carteirinha da Polizia Municipale e me falaram que eu tinha que apagar as luzes e abaixar a porta de aço. Mas se eu nem tenho porta de aço!”

Bencistà conclui: “Assim eles vão nos fazer morrer. Mas estamos prontos para a luta.”

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