Novas tecnologias criam novos problemas, que necessitam de novas soluções. Em tempos em que se discute sobre privacidade e reconhecimento facial, uma startup fashion tech italiana projetou uma linha de roupas que impedem o reconhecimento facial para garantir privacy e segurança. Leia o artigo para saber mais.

Índice do artigo:
– Roupas que impedem o reconhecimento facial
– Coleção de roupas que impedem o reconhecimento facial
— Knit Crew, um dos modelos de manga curta da coleção Manifesto
— Knit Hoodie, o modelo de manga comprida da coleção Manifesto
– Manifesto Collection da Cap_able espera pelo seu apoio no Kickstarter
– Inovação na moda italiana

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Roupas que impedem o reconhecimento facial

É possível usar roupas que impedem o reconhecimento facial? Sim, de acordo com a startup italiana Cap_able. A primeira coleção se chama Manifesto Collection com roupas que impedem o reconhecimento facial sem a necessidade de cobrir o rosto.

O projeto nasceu em 2019 em Nova York, onde a fundadadora e atual CEO, Rachele Didero, se encontrava per um intercâmbio no Fashion Institute of Technology. Durante um encontro com um engenheiro da UC Berkeley e uma conversação sobre privacidade e direitos humanos, nasceu a ideia de combinar moda e alta tecnologia.

De volta a Milão, depois de meses de pesquisa sobre tecidos, machine learning e estudo de volume do corpo, nasceu o “tessuto adversarial“, o tecido que foi desenhado e usado como protótipo para a primeira coleção Cap_able, a coleção Manifesto, brevetada em fevereiro de 2021.

O tecido foi brevetado com o Politecnico di Milano, onde Rachele realizava um doutorado de pesquisa sob guia dos professores Goovanni Maria Conti e Martina Motta. Durante o programa de formação sobre empresa inovadora oferecido em Torino pela Fondazione Crt, a CEO encontrou Federica Busani, a atual business developer e co-fundadora da Cap_able. Juntas elas decidiram transformar este projeto em um verdadeiro negócio.

O vídeo abaixo em inglês dá uma panorâmica sobre o projeto, as roupas e a empresa:

Coleção de roupas que impedem o reconhecimento facial

Imagine usar uma blusa e não ser reconhecido pelas câmeras de segurança? O simples conceito que uma coisas dessas possa funcionar é genial.

capaple design manifesto collection roupas impedem reconhecimento facial

Os modelos da coleção Manifesto são super coloridos e diferentes. Peças reconhecíveis e com um estilo.

Nesta primeira fase serão produzidos e vendidos efetivamente dois tipos de blusas.

Os nomes são um pouco complicados para quem não está familiarizado com o inglês: um se chama Knit Crew e o outro Knit Hoodie. O primeiro é um modelo de blusa de manga curta e o segundo uma blusa de manga comprida. Podem ser usados por elas ou por eles. Não existe uma linha feminina e uma masculina.

O que você acha dessas roupas que impedem o reconhecimento facial? Veja abaixo:

Knit Crew, um dos modelos de manga curta da coleção Manifesto

O modelo Knit Crew
O modelo Knit Crew poderá ser comprado em pré-lançamento na Kickstarter

Knit Hoodie, o modelo de manga comprida da coleção Manifesto

Manifesto Collection by Cap_able roupas que impedem o reconhecimento facial
O modelo Knit Hoodie poderá ser comprado em pré-lançamento na Kickstarter

O casaco é feito de algodão egípcio com filo longo. O algoritmo do tecido dificulta a capacidade de identificação dos softwares de reconhecimento de objetos e não vê a pessoa que veste este casaco. O software reconhece uma zebra ou girafa invés de reconhecer uma pessoa.

A Cap_able está com um projeto na plataforma Kickstarter para ajudar o financiamento da empresa e do lançamento da coleção Manifesto.

Manifesto Collection da Cap_able espera pelo seu apoio no Kickstarter

Se você adoraria ter um modelito da coleção de roupas que impedem o reconhecimento facial fica de olho no site Kickstarter.

kickstarter manifesto collection cap able

A Cap_able lançou um projeto de captação de recursos em setembro para ajudar a produzir suas roupas. É possível ajudar o projeto sem nenhuma recompensa (Euro 10,00), ou comprar um dos dois modelos com descontos em versão “early bid” ou seja, de lance antecipado. Quem apoiar o projeto antes paga menos.

O modelo “Knit Short Sleeve Crew” que será vendido por Euro 380,00 poderá ser comprado antecipadamente na Kickstarter por Euro 285,00 (para quem chegar primeiro) e em um segundo momento por Euro 320,00.

Já o modelo “Knit Long Sleeve Hoodie” que será vendido por Euro 560,00 poderá ser comprado antecipadamente na Kickstarter por Euro 420,00 (para quem chegar primeiro) e em um segundo momento por Euro 475,00.

A tabela abaixo facilita a visualização dos preços e de quanto você pode economizar se resolver entrar nessa moda:

Coleção Manifesto da Cap_able que vende blusas que impedem o reconhecimento facial. O projeto está disponível no Kickstarter e quem apoiar o projeto no início pode economizar bastante!
Coleção Manifesto da Cap_able que vende blusas que impedem o reconhecimento facial. O projeto está disponível no Kickstarter e quem apoiar o projeto no início pode economizar bastante!

Se você está indecisa sobre qual modelo comprar, na dúvida pode levar os dois por Euro 600,00!

compre os dois
Compre os dois modelos da coleção Manifesto no Kickstarter por Euro 600!

Inovação na moda italiana

Não importa se as roupas da Cap_able efetivamente conseguem enganar os softwares de reconhecimento fácil.

Na verdade é provável que esse tipo de software seja atualizado logo que perceber que existem girafas e zebras demais caminhando pelo centro das cidades. Mas o ponto não está tanto se a peça vai efetivamente funcionar e sim na reflexão que faz sobre privacidade.

Quem usar um modelito da Cap_able faz parte de um movimento a favor da privacidade. É um manifestante, com ótimo poder aquisitivo, por sinal.

O que você acha? Essa moda vai pegar?

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Barbara Bueno - brasilnaitalia
Barbara Bueno é uma jornalista brasileira que mora em Florença desde março de 2005. Foi para a Toscana em busca das suas origens italianas. Em janeiro de 2007 criou o blog BRASIL NA ITALIA. Já trabalhou como content manager para a Regione Toscana, obteve habilitação como assistente turística e foi proprietária de agência de viagem na Italia (até chegar a pandemia...). Hoje se interessa por criptomoedas e voltou a fazer o que mais gosta: buscar novidades, visitar lugares interessantes e escrever! Se você tem uma dúvida sobre a Italia visite a seção Dúvidas sobre a Italia.

3 COMENTÁRIOS

  1. @Daniel
    Que bom ver um especialista na área comentando. Eu sou mais curiosa na área e também pensava que a identificação começava pelo rosto. Aí vi o site da startup de roupas dizendo que basta uma blusa para não identificar uma pessoa e fiquei confusa. Bom ter uma visão de alguém do setor.
    Também um alívio saber que os sistemas de reconhecimento do ocidente não fazem identificação de indivíduos em específico, só em caso de criminais.
    Já é uma novidade que uma marca de roupas coloque o assunto do reconhecimento na pauta, mas precisa dar uma solução que realmente funcione ou existe o risco de criar um dano a uma pessoa que pensa que não pode ser identificada e na verdade pode.
    De qualquer modo aqui na Italia é cada vez mais frequente ver mulheres usando o burka que deixam apenas os olhinhos de fora, acho que esta ainda é a melhor forma de evitar o reconhecimento facial, né? Se bem que enquanto vivermos em governos “democráticos” não tem tanto problema…

    @Márcia
    É verdade, neste momento no Ocidente não serve, felizmente. Poderá servir no dia em que um governo decretar que todos tem que fazer uma determinada coisa e se não fizerem serão punidos de forma grave. Espero que este dia não chegue nunca e o bom senso prevaleça.

  2. Sou especialista na área. E a favor da proteção de nossos dados pessoais e biometrias. Vejo duas inconsistências no vídeo. A primeira, que os reconhecimentos faciais passam primeiro pela detecção de face, somente. Não é feita uma detecção de “ser humano” para depois detectar a face. A deteção já é realizada na face para depois continuar o processo.
    A segunda é que os sistemas de reconhecimento facial, excetuando na China ou outros países autoritários, não fazem a identificação do indivíduo na população em tempo real. Mas sim, a face detectada é comparada a uma ou mais listas de indivíduos de interesse. Essas listas normalmente são compostas de foragidos da justiça e pessoas desaparecidas.
    As imagens gravadas podem servir depois para investigações criminais. Mas daí são escolhidos os intervalos de tempo em o houve a prática do delito.
    A sociedade civil pode realizar consultas aos órgãos responsáveis pelo monitoramento e inclusive visitas para ver como funciona.

  3. A proposta da marca é inédita e deve ter envolvido muita pesquisa pra evitar o reconhecimento facial. Quanto ao propósito…. não vejo as circunstâncias utilitárias no dia a dia de uma pessoa comum.

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