Nos últimos anos, a indústria do luxo passou por grandes transformações, impulsionada por mudanças econômicas, culturais e políticas em mercados chave. Entre esses mercados, a China ocupou por muito tempo um papel estratégico para marcas como LVMH, Gucci e Prada, consolidando-se como um importante destino para seus produtos exclusivos. No entanto, o cenário começa a mudar: a demanda chinesa por artigos de luxo está desacelerando, forçando as empresas a reverem suas estratégias.

Essa mudança não é apenas conjuntural; ela reflete tendências mais profundas que podem redefinir a dinâmica do consumo global de luxo. Hoje o jornal italiano Corriere della Sera publicou um artigo assinado por Danilo Taino que explica como a economia e a cultura chinesas estão transformando o mercado, com repercussões que vão muito além da Ásia. Vamos falar sobre isso aqui.

Made in Italy em risco? A crise do mercado de luxo e as mudanças do consumo chinês

A China e o mercado de luxo

Embora não seja o único mercado relevante, a China foi, durante décadas, um dos motores do crescimento da indústria de luxo global.

Grupos como LVMH (marcas como Christian Dior, Louis Vuitton, Celine, Christian Dior, Loro Piana, Louis Vuitton, Patou, Pucci, Acqua di Parma, Bvlgari, Chaumet, Fred, Repossi, Tiffany & Co., entre outras) e Kering (marcas como Gucci, Saint Laurent, Bottega Veneta, Balenciaga, Alexander McQueen, Pomellato, DoDo, Qeelin, Ginori 1735, Kering Eyewear, Kering Beauté) se beneficiaram de uma base de consumidores chineses que buscava produtos de alta qualidade e marcas internacionais. Isso ajudou a consolidar marcas europeias no cenário global, mas também criou uma dependência significativa desse mercado.

Agora, essa dinâmica está mudando. O artigo do Corriere della Sera destaca que, entre 2021 e 2024, empresas como Gucci e Dior enfrentaram quedas expressivas nas vendas na Ásia, com impacto direto do enfraquecimento do mercado chinês. Essa retração é atribuída a fatores como o pós-pandemia, mudanças no comportamento dos consumidores mais jovens e iniciativas políticas que desestimulam o consumo ostentatório.

A LVMH reportou queda de 2% no faturamento nos primeiros nove meses de 2024, enquanto a Ferragamo registrou uma redução de quase 10%, especialmente devido à menor disposição de compra na Ásia-Pacífico. A confiança do consumidor chinês segue em níveis historicamente baixos, afetando diretamente as vendas.

Novos valores e comportamentos

Uma das mudanças mais significativas apontadas no texto é o comportamento da Geração Z e dos Millennials na China. Ao contrário das gerações anteriores, esses consumidores estão menos interessados em marcas ocidentais e mais inclinados a buscar produtos que reflitam valores como sustentabilidade, exclusividade de nicho e identidade cultural chinesa.

Marcas locais, como Guo Pei, têm ganhado espaço, enquanto o mercado de segunda mão, antes visto com desconfiança, agora cresce rapidamente.

Além disso, a combinação de preços elevados e a possibilidade de encontrar produtos de luxo mais acessíveis em plataformas de e-commerce ou em outros países asiáticos, como o Japão, também contribuiu para a queda na demanda.

Isso reflete um comportamento mais racional dos consumidores, que já não estão dispostos a pagar valores exorbitantes por produtos que podem ser adquiridos por preços mais competitivos.

A influência política

Outro fator crucial destacado é a intervenção do governo chinês, que tem promovido uma campanha contra a ostentação.

Essa “vergonha do luxo” (luxury shame) reflete uma tentativa de alinhar os comportamentos de consumo aos ideais de igualdade e moderação defendidos pelo Partido Comunista Chinês.

Além disso, políticas que limitam o uso de produtos estrangeiros, como a proibição de iPhones por funcionários públicos, reforçam a valorização de produtos nacionais e afetam a percepção das marcas ocidentais.

O futuro do mercado de luxo

A retração do consumo de luxo na China é um sinal de alerta para a indústria, que precisa diversificar suas estratégias. A dependência excessiva de um único mercado, embora vantajosa no curto prazo, pode representar riscos significativos diante de mudanças econômicas e culturais.

As marcas globais precisam buscar novos mercados, investir em inovação e criar produtos que dialoguem com valores como sustentabilidade e autenticidade.

Os novos Xiaomi SU7 que lembram um Porsche
Os novos Xiaomi SU7 que lembram um Porsche

Além disso, o exemplo de empresas chinesas desafiando gigantes ocidentais — como a Xiaomi competindo com a Porsche no setor automotivo com o seu SU7 que custa a partir de 27 mil euros — demonstra que a China está disposta a se posicionar não apenas como consumidora, mas também como concorrente direta em diversos setores, incluindo o luxo.

E você o que acha? Será que em breve os objetos de desejo serão na maior parte chineses ou ainda vai ter espaço para as tradicionais marcas do Made in Italy?

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