Primeiro congresso italiano do gênero reuniu os mais bem sucedidos e inovadores projetos de turismo sustentável e ecológico
Da sólida experiência das estruturas agroturísticas da Toscana, passando pelas experiências do turismo de aventura, como ciclismo no Vêneto, trekking na Umbria, visita às cavernas de Frasassi e mergulho em Portofino, até as inovadoras experiências do turismo gastronômico “étnico” nos bairros migrantes das grandes capitais italianas e o segmento “antimáfia”, que inclui circuitos destinados a mostrar a Itália que derrotou a criminalidade mafiosa, tão enraizada no país. Experiências tão diversas entre si mas que se inserem em uma tendência cada vez maior entre os italianos: o de procurar destinos turísticos sustentáveis e ecológicos. Visando reunir, pela primeira vez na Itália, as experiências mais bem sucedidas deste setor amplo chamado turismo ambiental, a Legambiente, maior organização ambientalista italiana, organizou no último dia 22 de outubro em Campobasso, no Molise, o congresso “Turismo + Ambiente + Territorio = Italia” (www.vivilitalia.it), apresentando os casos italianos de maior sucesso e destaque dos últimos anos.
Sebastiano Venneri, vice-presidente da Legambiente e presidente da Vivitalia, braço de turismo ambiental da Legambiente criado há poucos meses e principal promotor do encontro, explicou que o objetivo do congresso era mostrar “as muitas boas práticas que administradores, empreendedores e amantes da natureza conseguiram levar ao sucesso, muito frequentemente graças exclusivamente à sua paixão e ao seu empenho pessoal”. “Histórias que contam aspectos talvez menos conhecidos do Belpaese, mas, inovadores e capazes de representar um modelo, moderno e sustentável, para o crescimento e desenvolvimento de todo o país”, afirmou Venneri, jornalista de larga experiência no campo ambiental, que defende que o turismo ambiental pode representar uma resposta à crise econômica que afeta a Itália, e também o próprio setor turístico. “Apostando no turismo ambiental, a Itália pode não apenas desenvolver áreas pouco conhecidas do território mas também protegê-lo, já que o turismo tradicional, muitas vezes, é um fator de agressão ao território”, afirma. Venneri, que foi responsável durante anos pela tradicional publicação Guida Blu, que indica as praias mais limpas da Itália, explicou também que a grande novidade deste congresso é o fato de reunir experiências que obtiveram sucesso comercial nos últimos anos. “São exemplos de sucesso de uma economia sustentável e de um turismo responsável que pode representar o melhor modelo para o crescimento e o desenvolvimento de toda a Itália”, acrescentou.
No total, o congresso reuniu os idealizadores de 20 experiências em diferentes setores do chamado “turismo ambiental” espalhadas de norte a sul da Itália. Muitas das iniciativas apresentadas no congresso possuem apoio direto ou indireto da Legambiente, ou até mesmo funcionam em conjunto com a organização, como é o caso dos hotéis ecológicos, apresentados pelo presidente da Legambiente Turismo, Luigi Rambelli. “Da Sicília ao turismo ciclístico, do mergulho em Portofino à tradição do agroturismo na Toscana, são todos casos de sucesso que usaram recursos típicos da Itália, como a paisagem, a gastronomia, o artesanato e a natureza”, afirmou Venneri. Entre os casos de sucesso apresentados no evento, Venneri destacou “Il Volo del Angelo” (www.volodellangelo.com), “uma experiência de grandíssimo sucesso em um território pobre como a Basilicata e que atrai muitos turistas de toda a Itália”. A atração consiste em uma espécie de tirolesa gigante, cabo de aço suspenso entre duas colinas, no qual a pessoa percorre 1.400 metros a pouco mais de 1.000 metros de altitude, atingindo cerca de 120 km/h com toda a segurança que este esporte proporciona. As duas colinas se encontram em duas diferentes cidades da região montanhosa conhecida como Piccole Dolomiti Lucane.
Os casos de sucesso
A história da pequena agência de turismo da província de Veneza que conquistou o mundo dos amantes das bicicletas organizando viagens com todos os serviços necessários para um “cicloturista”, dos deslocamentos logísticos aos pernoites, restando ao viajante apenas pedalar e aproveitar a paisagem, foi um dos casos mais interessantes apresentados no Congresso. Girolibero (www.girolibero.it), agência especializada em viagens em bicicleta, é considerada hoje a principal da Itália e uma das maiores da Europa, oferecendo mais de 100 propostas de viagens em todo o continente, incluindo desde pacotes clássicos semanais com bicicleta e hotel, pacotes para famílias e escolas, até as inovadoras viagens de bicicleta e barco, que consistem em deslocamentos diurnos em bicicleta e noturnos em barcos. Esta última proposta, inédita na Itália até 2008 e que inclui um itinerário fluvial de uma semana entre Mantova e Veneza, teve uma demanda fortíssima de público nas temporadas 2009 e 2010, praticamente obrigando a agência a adquirir um segundo barco para duplicar a oferta de viagens.
O turismo subaquático também foi destaque no congresso com a apresentação do caso da reserva marítima de Portofino (www.portofinoamp.it), quando Giorgio Fanciulli, diretor da área de proteção ambiental, explicou como transformou a reserva, com limitações para visitantes, em um empreendimento que realiza 70 mil mergulhos assistidos por ano, com faturamento de 12 milhões de euros. “Contrariamente a quanto se acredita, uma área de proteção ambiental obteve o recorde nacional de visitantes, mesmo com número controlado. É a prova que é possível aproveitar locais delicados respeitando as regras”, reiterou Vennieri. A reserva de Portofino foi instituída em 1999 e, em pouco tempo, se tornou a principal reserva marítima italiana.
Da região da Puglia, que há muitos anos vem apostando nos festivais de música e cultura para atrair turistas, surgiu o Festambiente Sud (www.festambientesud.it), festival apoiado diretamente pela Legambiente, que em 7 anos levou mais de 300 mil pessoas para a pequena Monte Sant’Angelo, localizada em meio ao Parque Nacional do Gargano e conhecida dos peregrinos católicos pelo santuário de São Miguel Arcanjo. Apenas em 2011 foram mais de 40 mil visitantes no festival, que ocorre anualmente no mês de julho, e cerca de 300 artistas provenientes do mundo inteiro que se apresentaram pelos teatros, praças e ruas da cidade.
Também o caso dos agroturismos da região da Toscana foi discutido no congresso. Nascidos há mais de 20 anos, tornaram a região da Maremma, no oeste da Toscana, o berço dos agroturismos que se disseminaram por toda a Itália, através de uma fórmula que conjugava hospitalidade, produtos agrícolas típicos da região e as paisagens bucólicas das colinas toscanas, atraindo os grandes números do turismo costeiro da região.
As cavernas de Frasassi (www.frasassi.com), na província de Ancona, foram outro exemplo apresentado no congresso. Conhecidas como Grotte di Frasassi, consistem em um patrimônio natural único no seu gênero, uma das maiores cavernas turísticas do mundo, que registra mais de 300 mil turistas por ano e que, neste momento, está renovando sua oferta de serviços visando à sustentabilidade ambiental e energética da estrutura que acolhe os visitantes. Genga, a menor cidade da região Marche, se tornou em quase 40 anos de abertura das cavernas ao turismo, um dos principais pólos de atração de turismo ambiental de toda a Itália. Descobertas em 1971 por um grupo de jovens geólogos da região, as cavernas foram abertas à visitação em 1974, quando foi finalizada a construção de um túnel artificial de acesso a esta rede de grutas e cavernas com mais de 20 km de extensão. A pequena parte aberta ao grande público é constantemente monitorada por sistemas eletrônicos, que mantém a temperatura constante de 14 graus e são considerados exemplo em todo o mundo. O acesso ao público, mesmo extremamente controlado devido à fragilidade dos materiais calcários que constituem o interior das grutas, consiste em um percurso guiado de cerca de 90 minutos de duração. Outros circuitos, fechados a geólogos e especialistas, permitem visitas a áreas de difícil acesso.
Turismo antimáfia
O turismo italiano ganhou nos últimos anos este novo segmento de percursos guiados que colocam como meta turística a luta contra a máfia. Em Palermo, a jovem agência siciliana AddioPizzo Travel (www.addiopizzotravel.it) propõe circuitos turísticos por estabelecimentos comerciais de Palermo e região que decidiram assumir a luta contra a máfia local e não mais pagar o famoso “pizzo”, espécie de taxa cobrada pelos criminosos aos comerciantes em troca de proteção. Fundada por três jovens palermitanos que atuavam como voluntários na organização “Addiopizzo”, que reúne os comerciantes que aderiram à iniciativa, a filosofia da agência é que o turismo ético seja um instrumento para aqueles que, mesmo não vivendo na Sicília, queiram contribuir para uma economia limpa. Os diversos percursos oferecidos pela agência, que passam pelos mais tradicionais pontos turísticos sicilianos, desde o centro histórico de Palermo até praias badaladas como Cefalú, prevêem alojamentos em hotéis, consumo em restaurantes e uso de serviços de empresas devidamente inscritas na lista de “Addiopizzo”. Alguns circuitos também oferecem visitas a terras e bens confiscados da máfia.
Já o projeto Il Giusto di Viaggiare (www.ilgiustodiviaggiare.it), da tradicional rede Libero, nascida em 1995 como instrumento da sociedade civil de luta contra a máfia, organiza circuitos nas diversas iniciativas realizadas pela organização em bens confiscados da máfia por toda a Itália. Na cidade siciliana de Corleone, por exemplo, que tenta até hoje libertar-se da má fama de terra de mafiosos, alimentada por filmes e séries de televisão, são organizados almoços e passeios na cooperativa agrícola Terre di Corleone, instalada em uma terra confiscada pela Justiça.
Cidades Migrantes
Imigrantes de origem estrangeira residentes na Itália que guiam estudantes e turistas para conhecer as comunidades de imigrantes nos bairros mais multiétnicos das grandes cidades italianas. Desta idéia original nasceu em 2009 a rede Città Migrande (www.viaggisolidali.it), apoiada pela agência de turismo Viaggi Solidali. Em 2010 em Turim foi realizado o primeiro curso para “guias de turismo responsável”. Durante o primeiro ano de atividade, este grupo de guias migrantes contaram as histórias das suas comunidades de origens nos bairros de Porta Palazzo e San Salvario a mais de mil turistas, entre estudantes e turistas italianos e estrangeiros. A filosofia do projeto sustenta estes bairros multiétnicos como uma grande ocasião de conhecer o mundo em um dia, já que, nos mercados de Porta Palazzo de Turim, por exemplo, se falam mais de 60 línguas. A iniciativa deve entrar em operação também nas cidades de Roma, Milão, Gênova e Florença em meados de 2012.
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Oi Babi, feliz 2012, feliz natal, espero tudo de bom para você e sua família!
Li outro dia que havia uma escola de SCI na neve no Monte Secchieta. O local tinha uma estrada horrivel que foi reformada pela comune de Reggello e agora o sindaco quer reabrir as pistas de SCI. O monte fica bem na fronteira entre 3 comunes e assim é um jogo de empurra e puxa para reformarem as pistas de sci.
Você conhece o Monte Secchieta? Já almoçou no Bar Giuntini, linda vista da neve! È pertinho de Vallombrosa subindo a serra depois de Ponteasieve.
Vallombrosa é chique! Tem uma Igrega bunitinha e uma farmácia natural com receitas antigas dos monges. Lembra de instalar as correntes nas rodas do carro, tem gelo e neve na pista.
Feliz Natal e Ótimo 2012!
Cozzare
A toda equipe do Brasil na Itália meus votos de um 2012 maravilhoso!
Um abraço
Oi Babi, tenha um ótimo Natal também e um excelente 2012!
Bjos – FF
OI Fernando,
Obrigada pela mensagem. O mérito do artigo é todo da Aline Buaes. 🙂
Feliz Natal para vc e um ótimo 2012!
beijos
Babi
Excelente este post Barbara! Parabéns e boas festas!!!