28/07/2021 – Acaba de ser divulgado pelo Istituto Superiore di Sanità (ISS) da Italia um report atualizado com as características dos pacientes mortos positivos ao SARS-CoV-2 na Italia. O report se baseou em dados atualizados até o dia 21 de julho de 2021. Vou compartilhar aqui as informações traduzidas para o português para vocês entenderem melhor quem são as vítimas do coronavírus na Italia.
Índice do artigo:
1- Características demográficas dos mortos
2- Mortos com idade inferior a 50 anos
3- Doenças pre-existentes em uma amostra de falecidos
4 – Complicações
5- Características dos mortos por faixa etária
6 – Tratamento
7 – Descrição do tempo relacionado à internação em uma amostra de falecidos
8 – Comparação das características dos mortos em 3 períodos: março-maio 2020; junho-setembro 2020 e outubro 2020-julho 2021
9 – Características das mortes de pessoas positivas ao SARS-CoV-2 com o “ciclo de vacinação completo”
Obs A) Ver o relatório ISS – Mortes coronavírus Italia original em italiano
Obs B) Mais informações sobre o ISS

1- Características demográficas dos mortos
Quem são as vítimas do coronavírus na Italia até o dia 21 de julho de 2021? O report do ISS descreve as características dos 127.044 pacientes mortos e positivos ao SARS-CoV-2 na Italia relatados pela Sorveglianza Integrata COVID-19 coordenada pelo Istituto Superiore di Sanità (ISS).
A idade média dos pacientes mortos e positivos ao SARS-CoV-2 é de 80 anos.
As mulheres falecidas são 55.247 (43,5%). A figura 1 abaixo mostra que a idade mediana dos pacientes falecidos positivos a SARS-CoV-2 é mais alta de 35 anos em relação aquela dos pacientes que foram infectados.

A figura 2 mostra o número de mortes por faixa etária. As mulheres falecidas após contrair a infecção de SARS-CoV-2 possuem uma idade mais alta em relação aos homens (idade mediana: mulheres 85 anos – homens 80 anos). Apenas na faixa etária acima de 90 anos o número de mortes do sexo feminino é superior ao do sexo masculino.
Este dado deve levar em consideração o fato que a população de idade superior a 90 anos na Italia é constituída aproximadamente por 72% de mulheres.

A figura 3 mostra a idade média dos pacientes mortos positivos a SARS-CoV2 de acordo com a semana do calendário a partir da 3º semana de fevereiro de 2020 (a data do primeiro falecimento é de 21 de fevereiro de 2020). A idade média das mortes por semana aumentou até os 85 anos (1º semana de julho de 2020) para depois diminuir levemente; uma maior redução da idade média dos mortos aconteceu a partir dos meses fevereiro-março de 2021 (80 anos na segunda semana de fevereiro de 2021) até chegar a 74 anos na 1º semana de julho de 2021 e 72 anos na segunda semana de julho de 2021.
Esta redução na idade média dos mortos é provavelmente consequência do efeito de proteção da vacina, já que a população mais idosa teve prioridade no “Plano estratégico nacional das vacinas para prevenção das infecções de SARS-CoV-2”. Destaca-se que os dados das últimas semanas de observação devem ser consolidados e portanto podem existir variações.

2 – Mortos com idade inferior a 50 anos
Até o dia 21 de julho e 2021 são 1479 os pacientes mortos positivos ao SARS-CoV-2 com idade inferior a 50 anos (de um total de 127.044 mortos, o equivalente a 1,2% dos mortos).
Vale destacar que 355 dos mortos positivos ao SARS-CoV-2 tinha menos de 40 anos (221 homens e 134 mulheres de idade entre 0 e 39 anos). Dos 105 pacientes de idade inferior a 40 anos não estão disponíveis informações clínicas; dos outros pacientes 206 apresentavam graves doenças pre-existentes (doenças cardiovasculares, renais, psiquiátricas, diabetes, obesidade) e 44 não tinham doenças importantes diagnosticadas.
Observação do BRASIL NA ITALIA: vale lembrar que a população da Italia é de aproximadamente 60.000.000 de habitantes
3- Doenças pre-existentes em uma amostra de falecidos
A tabela 1 apresenta as doenças crônicas pré-existentes mais comuns (diagnosticadas antes de contrair a infecção) em uma amostra de pacientes mortos. Esse dado foi obtido a partir de 7.681 mortos, dos quais foi possível analizar os prontuários.
Os prontuários foram enviados ao ISS pelos hospitais em momentos diferentes, de acordo com a prioridade das atividades realizadas nos próprios hospitais. A amostra portanto representa apenas as mortes em pessoas que tiveram necessidade de atendimento, e as Regioni (estados) foram representados buscando manter uma proporção entre o número de mortos.
O número medio de doenças observada nessa população é de 3,7.
No complexo, 226 pacientes (2,9% da amostra) apresentavam 0 doenças, 884 (11,5%) apresentavam 1 doença, 1393 (18,1%) apresentavam 2 doenças e 5178 (67,4%) apresentavam 3 ou mais doenças.

Negli uomini (n=4.559) il numero medio di patologie osservate è di 3,6 (mediana 3, Deviazione Standard 2,1).
4 – Complicações
A insuficiência respiratória foi a complicação mais comum relatada na amostra de mortos que foram analisadas com os prontuários (93,6%) seguida por problemas nos rins agudos (24,7%) superinfecção (19,9%) e problemas no miocardio agudos (10,2%)
5- Características dos mortos por faixa etária
A tabela 2 apresenta as doenças crônicas pré-existentes mais comuns e as complicações relacionadas a infecção de SARS-CoV-2 nos pacientes falecidos em 4 diferentes faixas de idade (16-59, 60-69, 70-79, 80+ anos).

6 – Tratamento
O tratamento antibiótico foi o mais utilizado durante a hospitalização (86,3% dos casos), menos utilizada aquela steroidea (59,2%), mais raramente a terapia antivirale (40,6%) (n= 7681; faltam valores=113). O uso comum da terapia antibiótica pode ser explicado pela presença de várias infecções ou é compatível com o início de terapia empírica em pacientes com pneumonia que aguardavam confirmação do laboratório para SARS-CoV-2. Em 1591 casos (21%) foram utilizadas todas as 3 terapias. Em 3,8% dos pacientes mortos SARS-CoV-2 positivos foi administrado Tocilizumab como tratamento (n=7681; faltam valores=722).
7 – Descrição do tempo relacionado à internação em uma amostra de falecidos
A figura 4 mostra, na amostra de pacientes mortos positivos ao SARS-CoV-2 cujos pronutários foram análisados (n=7681) os tempos medianos em dias entre: data dos primeiros sintomas e data de morte (13 dias); data dos primeiros sintomas e de hospitalização (5 dias); data de hospitalização e de morte (8 dias). O tempo entre a hospitalização e a morte era de 5 dias maior nas pessoas que eram transferidas para reanimação em relação aquelas que não eram transferidas (12 dias contra 7 dias).

8 – Comparação das características dos mortos em 3 períodos: março-maio 2020; junho-setembro 2020 e outubro 2020-julho 2021
A tabela 3 resume as principais características das mortes com Covid-19 em 3 períodos do início da pandemia em 2020: o período inicial (março-maio 2020), o segundo período (junho-setembro 2020) e o terceiro (outubro 2020-julho 2021). No total os dados representam 6,2% dos mortos desde o início da pandemia.
Em relação ao período da primeira fase (março-maio 2020), no período da segunda fase (outubro 2020-julho 2021) os morte tiveram uma maior complexidade clínica, como foi demonstrado pelo maior número de comorbidades e pela maior presença de complciações (em especial maior problema anos rins agudo e super infecções). Também o uso de remédios é diferente nas duas ondas da epidemia, com um menor uso de antivirali e tocilizumab e um maior uso de esteróides nos pacientes mortes na segunda fase.

A distribuição das principais doenças pre-existentes nos diferentes períodos é apresentada pela figura 5.

Na tabela 4 são informados o tempo médio de morte (em dias) nos 3 períodos de tempo considerados: entre o primeiro e o segundo período é dobrado o tempo que passa dos primeiros sintomas até a morte; que depois volta ao nível original no terceiro período.
Diminui o tempo que passa dos primeiros sintomas até a realização do teste para avaliação da infecção SARS-CoV-2 seja no segundo como no terceiro período.

9 – Características das mortes de pessoas positivas ao SARS-CoV-2 com o “ciclo de vacinação completo”
A tabela 5 apresenta as características clínicas mais comuns dos pacientes mortos positivos ao SARS-CoV-2 com o “ciclo de vacinação completo”: doenças crônicas pré-existentes, complicações e tratamentos.
São classificados como vacinados com ciclo completo todas as mortes com um diagnóstico confirmada de infecção por vírus SARS-CoV-2 documentada após completar 14 dias do ciclo de vacinação (ou seja, 14 dias após tomar a segunda dose para as vacinas Pfizer-BioNtech, Moderna e Astra Zeneca ou 14 dias da única dose para a vacina o Janssen/Johnson&Johnson). Esta definição está em linha com o que foi sugerido pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos) (https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/vaccines/fully-vaccinated.html)
Um ciclo de vacinação completo não garante uma garantia de 100%. Nos estudos clínicos controlados foi evidenciada uma eficácia da vacina das vacinas usadas na Italia com valores entre 88 e 97% (“Epidemia COVID-19 Aggiornamento Nazionale 21 Luglio 2021) https://www.epicentro.iss.it/coronavirus/sars-cov-2-sorveglianza-dati
Até o dia 21/07/2021 são 423 mortes SARS-CoV-2 positivos vacinados com o “ciclo de vacinação completo” e representam 1,2% dos 35776 mortos SARS-CoV-2 positivos no período entre 01/02/2021 e 21/07/2021. Informa-se que este dado não fornece informações em relação a eficácia da vacina mas é fornecido com o objetivo simplesmente descritivo. A data de 01/02/2021 foi escolhida como data de início porque corresponde a 5 semanas após o início da campanha de vacinação na Italia iniciada no dia 27/12/2020. Informa-se também que no dia 21/07/2021 foram 22.129.193 as pessoas vacinadas na Italia com o ciclo completo (14 dias após a segunda dose para as vacinas i Pfizer-BioNtech, Moderna e Astra Zeneca ou 14 dias após a dose única para a vacina Janssen/Johnson&Johnson).
A análise apresentada é baseada em uma amostra de 70 prontuários dos 423 mortos SARS-CoV-2 positivos até o dia 21/07/2021 vacinados com o “ciclo de vacinação completo” (16,5%). Em relação ao total de mortos que tiveram os prontuários analisados, na amostra dos mortes com “ciclo de vacinação completo” a idade média é mais alta (88,6 invés de 80 anos).
Além disso o número médio de doenças observadas neste grupo de mortos é mais alto (5 invés de 3,7).
Para ler todos os detalhes do relatório original em italiano veja as observações abaixo:
Obs. A) Ver o relatório ISS – Mortes coronavírus Italia original em italiano
Quer saber mais sobre quem são as vítimas do coronavírus na Italia?
Se você quer ver a versão original em italiano do relatório do Istituto Superiore di Sanità (ISS) você pode:
Obs B) Mais informações sobre o ISS
O Istituto Superiore di Sanità (ISS) é o principal centro de pesquisa, controle e consultoria técnico-científica em matéria de saúde pública da Italia com uma equipe de 2300 pessoas entre pesquisadores, técnicos e pessoal administrativo que trabalham diariamente com o objetivo de tutelar a saúde dos cidadãos italianos.
As principais atividades do ISS são distribuídas em 6 Departamentos, 16 Centros Nacionais, 2 Centros de Referência, 5 Serviços Técnico-Científicos e 1 organismo encarregado de avaliar a adequação dos dispositivos médicos.
Ao lado do Ministero della Salute (Ministério da Saúde), Regioni (Estados) e do inteiro Servizio Sanitario Nazionale (SSN) as estruturas do ISS orientam as políticas de saúde em base a evidências científicas. De prevenção e promoção da saúde até a luta ao câncer e a doenças crônicas e neurodegenerativas, do autismo até doenças raras, das doenças infecciosas até as dependências patológicas o ISS se ocupa de saúde a 360 graus.
Para saber mais veja a página da Missão no Site Oficial do ISS.
Leia mais sobre a situação do Coronavírus na Italia e no Brasil aqui.
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