No dia 6 de março de 2005 eu desembarquei no Aeroporto de Florença para uma nova aventura na Itália que completa hoje 20 anos.

Neste meio tempo não só eu mudei, como a Itália também mudou. Por isso resolvi fazer aqui um elenco das principais mudanças na Itália de acordo com o meu ponto de vista. Se você quiser palpitar, ótimo. Pode escrever um comentário no final do artigo. 🙂

Agora vamos lá: 

Formas de pagamento na Itália: 2005 x 2025

Em 2025 o smartphone é o melhor companheiro de viagem. Com ele você pode fazer compras em lojas, pagar o ônibus ou mesmo um café no bar! É muito comum as pessoas terem diversos tipos de cartões de crédito ou débito conectados diretamente a serviços como Apple Pay ou Google Pay. Uma verdadeira revolução comparada com a Itália há 20 anos.

Em 2005 os cartões de crédito e débito já existiam, mas era impensável pagar um cappuccino em um bar italiano porque as empresas dificilmente aceitavam pagamentos de valores baixos no cartão. Talvez porque as taxas dos cartões fossem altas. Fato está que sem dinheiro em papel você ia passar vontade de tomar aquele sorvete ou saborear aquele cappuccino.

Sacar dinheiro também não era a coisa mais simples do mundo porque em algumas cidades pequenas da Itália os caixas eletrônicos eram difíceis de achar ou não existiam. Lembro que cheguei a passar por situações de desespero viajando porque era otimista e pensava: “ah, chegando lá vou sacar em um caixa eletrônico” e simplesmente depois não encontrava um! Além disso não existia Google Maps. Então era tudo bem mais difícil e complicado. 

Outra forma de pagamento que existia em 2005 e que hoje ninguém mais usa era o traveller’s cheque, também conhecidos como cheques de viagem. Esses cheques, adquiridos em bancos e instituições financeiras antes do viajante sair do Brasil, possuíam valores fixos e permitiam que os usuários evitassem carregar grandes quantias de dinheiro em espécie durante a viagem. Em caso de perda ou roubo, era possível solicitar a reemissão, garantindo maior proteção durante as viagens. Pareciam práticos, mas não eram.

Eu trouxe alguns cheques de viagem em 2005, mas tive que trocá-los em um banco italiano porque as lojas e serviços não aceitaram meus traveller’s cheque.

Curiosidade: o primeiro iPhone só foi lançado em 2007 e demorou um pouco até ele se popularizar e ter concorrentes do mesmo nível. Antes o celular servia apenas para falar no telefone. Hoje é um computador de bolso, com carteira e máquina fotográfica incluídos!

Na Itália de 2025 as formas de pagamento eletrônico aumentaram: não necessariamente preciso pagar em Euros. Se em 2005 o Bitcoin ainda não existia (foi criado em 2009 por Satoshi Nakamoto), hoje existem centenas de criptomoedas e instrumentos como Crypto.com Pay e Binance Pay que permitem efetuar pagamentos diretamente em criptomoedas. Algumas maquininhas de cartão de crédito já aceitam pagamento em criptomoeda. Se você está querendo comprar criptomoedas, veja aqui quais são alguns dos melhores exchanges de criptomoedas.

Leia também: Bitcoin e criptomoedas: é hora de começar a se informar

Todas as atividades de serviços e comércio na Itália são obrigadas a aceitar pagamentos eletrônicos como os cartões de crédito e débito. Os únicos mais relutantes em aceitar esse tipo de pagamento são os taxistas, que adoram dar a desculpa que a máquina de pagamento (POS) está sem bateria ou parou de funcionar.

O viajante em 2025 deve trazer Euros em papel para a Itália? É sempre bom ter umas notinhas por segurança, mas em 2025 você consegue pagar praticamente tudo de forma digital. Também sei que muitos viajantes vindos do Brasil gostam de usar Wise porque podem conseguir ótimas taxas de conversão do Real para o Euro.

Vale saber: na Itália NÃO existe o PIX e não são aceitos pagamentos em PIX.

Para quem gosta de cashback na hora de efetuar pagamentos eu particularmente curto os cartões da Crypto.com que além do cashback de até 8% dão acesso aos lounges nos aeroportos e oferecem alguns outros mimos para os clientes.

O centro das cidades italianas: o que mudou nos últimos 20 anos

Em 2005 carros e ônibus passavam ao lado da catedral de Florença e do Batistério.

Florença em 2005: carros e ônibus passavam ao lado do Batistério de da catedral de Florença (foto do dia 21/05/2005)
Florença em 2005: carros e ônibus passavam ao lado do Batistério de da catedral de Florença (foto do dia 21/05/2005)

Depois as coisas mudaram: algumas áreas do centro histórico de Florença foram totalmente fechadas à circulação de veículos, em outras entram apenas veículos autorizados; em algumas é possível entrar dependendo do dia e hora.

firenze 2025 fev 27
Florença em 2025: a área nos arredores do Batistério agora é exclusiva para pedestres e excepcionalmente para alguns veículos autorizados

No caso específico de Florença vale lembrar que agora temos a tão polêmica tramvia, que simplesmente não existia em 2005, mas que é bastante prática para quem desembarca no Aeroporto de Florença, por exemplo. 

Inclusive em 2008 escrevi um artigo informando sobre um plebiscito realizado para consultar a opinião da população sobre a tramvia e inclusive com a resposta popular contra a tramvia. No final ela foi construída mesmo assim. Acho que tem o seu charme, dá aquele toque de século XXI à cidade, o que você acha?

Abaixo você pode ver como era a Piazza San Marco antes da tramvia:

Piazza San Marco antes da tramvia
Piazza San Marco antes da tramvia

Mas talvez a mudança mais drástica tenha acontecido na cidade de Palermo. As ruas do centro não só foram fechadas, como foram invadidas por bares, restaurantes e hotéis e a cidade vive um dos seus momentos mais turísticos. Eu acho ótimo porque gosto de me misturar entre os turistas e gosto do clima internacional que traz para a cidade.

2005 x 2025: Era grátis, mas agora tem que pagar!

A verdade é que o número de turistas internacionais na Itália aumentou tanto nos últimos anos que, muitas atrações começaram a ter filas. Surgiu o “overtourism”, a discussão sobre o excesso de turistas em algumas cidades mais famosas. E os italianos decidiram aproveitar para ganhar dinheiro com isso.

Passeio de gôndola em Veneza no Canal Grande com ponte de Rialto no fundo

Quer um exemplo? A cidade de Veneza começou a cobrar uma taxa de ingresso para entrar no centro histórico. Felizmente no momento o pagamento é necessário apenas em algumas datas então quem vai para Veneza no carnaval ainda não precisa pagar para entrar na cidade. Mas vai saber daqui 5 ou 10 anos como será…

Outro exemplo é Cinque Terre: quem quiser fazer um passeio pela Via dell’Amore em 2025 vai ter que pagar um ingresso. Na época em que visitei a Via dell’Amore em 2005 era completamente gratuito.

Hoje em dia existem os ingressos prioritários para diversas atrações e, sim, recomendo que você os compre porque o tempo na Itália é precioso demais para gastá-lo em filas estressantes.

Babi ni Coliseu
O Coliseu de Roma é uma das atrações que abre as portas gratuitamente no 1º domingo de cada mês, clique aqui para saber mais

Se agora muitas atrações começaram a cobrar, por outro lado, o governo italiano lançou, através do Ministerio da Cultura, a campanha Domenica al Museo que oferece entrada gratuita em alguns dos museus mais famosos da Itália no 1º domingo de cada mês válida para todos: residentes e turistas. Algumas cidades também oferecem entradas gratuitas em determinados locais exclusiva para os seus residentes.

Guias de viagem: em 2005 e 2025

Em 2005 a internet ainda estava começando a se popularizar. As conexões eram lentas e os smartphones não existiam. Então é claro que durante a viagem a gente costumava usar o clássico guia de viagem em formato de livro.

babi coliseu 19 09 2005
Eu (Barbara Bueno) no Coliseu no dia 19 de setembro de 2005: repare na pessoa ao meu lado segurando um guia de viagem em papel! Em 2025 ela provavelmente usará um guia de viagem no smartphone!

Hoje as pessoas costumam consultar informações em tempo real sobre atrações diretamente no smartphone. As esim de viagem se popularizaram então praticamente todo mundo viaja com conexão rápida no celular.

Muitas atrações também criaram apps que dão explicações aos visitantes disponível em várias línguas.

Se em 2007, o BRASIL NA ITALIA foi um dos primeiros sites a compartilhar dicas da Itália em português para brasileiros, hoje não faltam informações em literalmente centenas de sites! Até as inteligências artificiais são capazes de dar explicações sobre monumentos (mas aviso que às vezes elas inventam! falam com tanta convicção que parece verdade, mas não é!).

Está organizando sua viagem para a Itália? Então confira nossos guias de Roma, Florença, Veneza, Milão. Quer mais ideias? Que tal Nápoles, Capri, Sorrento e Palermo? Aqui no BRASIL NA ITALIA não faltam dicas atualizadas para você!

Claro que se possível é sempre mais interessante fazer visitas guiadas acompanhadas por pessoas de carne e osso habilitadas para dar explicações culturais sobre monumentos. Aqui na Itália a profissão de guia de turismo é regulamentada e os profissionais costumam ser super preparados. Eu, que adoro histórias e curiosidades, amo visitas guiadas. Sempre aprendo uma coisa nova. Se couber no budget da viagem, ainda acho um ótimo investimento.

Frutas tropicais na Italia

Em 2005 uma das coisas que mais sentia falta na Italia era comer mamão no café da manhã. Naquela época era bem raro encontrar frutas tropicais nos supermercados italianos.

Pois agora em 2025 os grandes supermercados italianos tem uma seção de frutas tropicais que inclui não apenas mamão, mas também abacate, manga, maracujá, abacaxi e até água de coco!

agua de coco na italai
Água de coco no coco vindo diretamente do Vietnã para os supermercados toscanos: esse foi comprado em uma UniCoopfirenze

Sim, amigas e amigos, agora eu posso tomar água de coco, dentro do coco, na Italia!

Não tem o mesmo glamour do que a água de coco em frente a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, ou mesmo depois de uma corrida no parque Ibirapuera em São Paulo. Mas mesmo assim é uma ótima ideia. Também aviso que não é sempre que está à venda, agora no inverno, por exemplo, não vi mais.

Os italianos comem frutas tropicais geralmente de forma diferente da gente no Brasil. Por exemplo o maracujá (que na Itália é conhecido como Frutto della Passione) e a manga (em italiano, mango) geralmente acompanham pratos como o peixe cru. O abacate vai no poke acompanhado de arroz, salmão e outras coisinhas…

As frutas tropicais na Itália não são tão saborosas quanto no Brasil, mas mesmo assim, é bom ter a opção de comprá-las quando dá vontade. Qual a sua fruta preferida? Conta para mim nos comentários!

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Bem, eu vou parando esse artigo por aqui. Mas e você: qual outra mudança que notou na Itália nos últimos anos? Tenho certeza que esqueci um monte de coisas!

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Barbara Bueno - brasilnaitalia
Barbara Bueno é uma jornalista brasileira que mora em Florença desde março de 2005. Foi para a Toscana em busca das suas origens italianas. Em janeiro de 2007 criou o blog BRASIL NA ITALIA. Já trabalhou como content manager para a Regione Toscana, obteve habilitação como assistente turística e foi proprietária de agência de viagem na Italia (até chegar a pandemia...). Hoje se interessa por criptomoedas e voltou a fazer o que mais gosta: buscar novidades, visitar lugares interessantes e escrever! Se você tem uma dúvida sobre a Italia visite a seção Dúvidas sobre a Italia.

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