No meio do caminho entre Florença e Lucca encontra-se Pistoia, uma cidade de 90 mil habitantes que foi a Capital Italiana da Cultura em 2017.
Índice
Bons motivos para visitar Pistoia
Em Pistoia todo ano acontece um dos maiores festivais de música da Itália, o Pistoia Blues.
A primeira vez que estive na cidade foi há mais de 15 anos durante um show do Caetano Veloso (no qual cheguei quase no final porque peguei o trem errado, ops!).
Passei pela cidade diversas vezes, inclusive para levar a minha filha Gaia no zoológico de Pistoia (na época eu estava grávida da Aurora).
Mas foi só em junho de 2016 que fiz um verdadeiro tour em Pistoia durante o evento #BuzzMeetFriends organizado por TuscanyBuzz ao lado de “insiders” de Pistoia como a simpática Michela Ricciarelli de Passion4Tuscany.
Depois disso passei pela cidade diversas vezes, seja para uma pausa gelato entre um torneio de tênis das minhas filhas e o retorno a casa (a cidade fica sempre no caminho entre Florença e os principais destinos dos torneios como Montecatini Terme, Pisa, Lucca, Viareggio, etc), seja para passear em uma cidadezinha charmosa e autêntica.
Meu passeio em Pistoia: as principais atrações em 5 horas
Tínhamos aproximadamente 5 horas livres para passear em Pistoia: nosso tour começou na Piazza Duomo, uma grande praça onde estão reunidos alguns dos edifícios mais importantes da cidade símbolos do poder religioso, judiciário e político. Nós iniciamos pelo Palazzo Comunale, sede da prefeitura de Pistoia.
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Quando você estiver lá procure na fachada uma cabeça de mármore preta, à esquerda da janela principal: ela representa o rosto de Filippo Tedici que em 1315 foi um traidor da cidade, entregando-a aos inimigos. Aliás, você vai descobrir que a história de Pistoia é cheia de batalhas, traições e costumava-se dizer que aqui não dava para confiar nem em uma pessoa da própria família. Se você encontrar um pistoiese, desconfie hein! (brincadeira, claro, porque as pessoas que conhecemos da cidade foram fantásticas com a gente!).
Ainda antes de entrar no edifício você pode notar uma outra curiosidade: a antiga forma de medida na Toscana, o braço duplo, que como você vê abaixo era muito maior do que o metro que usamos hoje.
Dentro do Palazzo del Comune você vai poder notar a beleza da arquitetura interna, das escadarias até as esculturas e obras de arte espalhadas pelo edifício. Ainda lá dentro você poderá visitar o Museu Cívico de Pistoia, inaugurado oficialmente em 1922 com 317 obras expostas criadas entre os séculos XIII e XIX, especialmente obras religiosas.
O museu abre de quinta à domingos e feriados das 10 às 18 e o ingresso custa Euro 3,50. Chamou particularmente a minha atenção uma obra de 1300 que representava a Madona com a criança (e alguns santos que não incluí na foto).
Saindo do Palazzo Comunale caminhamos alguns passos até a Catedral de S. Zeno, onde descobri que Pistoia é a Cidade dos Órgãos: lá tem um dos exemplares de um órgão Tronci que está entre os mais bem conservados da província.
A tradição deste instrumento musical vem desde o século XVIII, quando os dois mais famosos construtores, os Agati e os Tronci produzem os mais belos instrumentos que são vendidos para diversos lugares da Itália, da Europa e até das Américas.
Quem tiver interesse em assistir um concerto de órgão pode ficar de olho no site da Fondazione Accademia di Musica Italiana per Organo.
Mas a parte que eu mais gostei do nosso passeio em Pistoia foi subir até o alto do Campanário da catedral de S. Zeno, com seus 67 metros de altura .
Este antigo campanário de Pistoia foi erguido no século XII, tem escadas com degraus altos e irregulares e passagens estreitas em diversos trechos. Não é um passeio recomendável para pessoas de idade ou com dificuldade de locomoção, muito menos para grávidas nos últimos meses de gestação. Como eu ainda estou podendo, lá fui eu até o topo, toda empolgada.
Quer subir até o alto do campanário de Pistoia? Acontecem duas visitas guiadas por dia, às 12:00 e às 15:30, aberto todos os dias entre julho e setembro; apenas sexta, sábado e domingo entre outubro e março e diariamente exceto segunda entre março e junho. Os ingressos custam 7 euros e é possível obter informações pelo cel. +39 392.6940315
Lá do alto você vai poder admirar belezas como a Basílica della Maddona dell’Umiltà, a mais importante construção da época do Renascimento em Pistoia. Quem já visitou Florença vai notar que a cúpula da basílica se parece muito com a catedral fiorentina: não é mera coincidência.
Outra grande beleza que você poderá admirar do alto é o Battistero di S. Giovanni in Corte, bem em frente ao campanário.
Depois de descer do campanário a boa pedida é tomar um delicioso gelato italiano na sorveteria MANI ao lado esquerdo do batistério: você vai perceber a diferença da qualidade pela cor do sorvete: o pistache não é verde fosforescente como em muitas sorveterias, e sim de um verde claro pastel. Foi uma ótima indicação da Michela que conhece inclusive os proprietários MAssimo e NIcola.
Continuamos passeando pelas ruas da cidade, passamos pelo mercado e terminamos o dia com direito a histórias sanguinolentas do passado de Pistoia contadas pela Anna, que ao final da narração nos serviu um aperitivo a base de “carne e sangue” no Magno Gaudio como você pode ver na foto abaixo.
Ficou faltando conhecer ainda bastante coisa em Pistoia: a começar pelo Monumento Votivo Militare Brasiliano. Taí um bom motivo para voltar logo a Pistoia, que fica a apenas 40 km de Florença…
Origem de Pistoia
Se você está curioso para saber mais sobre a origem da cidade de Pistoia saiba que os históricos ainda estão estudando esse tema.
O nome “Pistoia” é de origem incerta, mas acredita-se que derive do latim “istoria“, que significa “forno de pão”, ou possa ter raízes etruscas, com “Pist” e “Oros” significando “porta” e “monte”, respectivamente.
Até pouco tempo era ensinado que a cidade foi fundada no século II a.C. como um ponto estratégico para o abastecimento das tropas romanas durante os conflitos com os Ligures.
No entanto, estudos recentes indicam que, antes da presença romana, já existia um assentamento etrusco na região, hipótese reforçada pela descoberta de artefatos etruscos (para saber mais recomendo a leitura do artigo: Etruscos, a fascinante cultura que influenciou a Itália antiga).
A cidade enfrentou sua destruição total no ano 406 d.C. pelas mãos dos Ostrogodos, mas ressurgiu com esplendor durante o Império Lombardo no século VIII. Até hoje, é possível observar traços lombardos na arquitetura e no planejamento urbano de Pistoia, especialmente na Piazza della Sala.
Ao longo da Idade Média e até o início do século XX, Pistoia emergiu como um centro político e mercantil significativo, sob a influência de famílias nobres como os Cancellieri, Panciatichi, Rospigliosi, Manni, Tolomei, entre outras. Foram os Cancellieri que iniciaram os primeiros círculos culturais da cidade, incluindo a Accademia dei Risvegliati, um proeminente espaço de debate político e cultural, onde poesias, poemas, prosa e música eram frequentemente apresentados. Durante esse período, Pistoia também se destacou em funções bancárias e financeiras, ganhando relevância internacional.
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Barbara nem esquente, são Adrianos como esse que realmente afundam o Brasil, o falso patriotismo esconde o que mais prevalece entre os mal vividos : o eterno mote se rebaixar os outros na tentativa vã e nunca alcançada de se sobrepor, pela auto promoção. Boa sorte contnue com seu blog ele é maravilhoso.
Oi Adriano,
Que bom que você já teve o privilégio de visitar o Monumento Votivo Militar e gostou do passeio.
Tenho certeza que é um lugar incrível que merece a visita.
Agora faça-me o favor… dizer que o Brasil está na situação que se encontra porque eu não visitei o Monumento Votivo é o fim dos tempos. Tudo o que eu faço para valorizar o Brasil, os brasileiros e a língua portuguesa e você tem coragem de me falar uma coisas dessas.
Me fale o que você está fazendo para fazer do Brasil um país melhor e aí a gente pode começar a conversar.
Lamentável!
Brasileiro é um povo sem patriotismo mesmo… A pessoa vai à Pistoia e deixa a visita ao Monumento Votivo Militar (onde foram inicialmente enterrados os heróis brasileiros que morreram na Segunda Guerra Mundial) para uma outra oportunidade. Affff. Diferente de vc, o referido monumento foi o primeiro local que visitei na Toscana. Além de Pistoia, conheci diversos outros locais em que a FEB atuou e pude constatar como o povo italiano daquela região valoriza e cultua os feitos dos heróis nossos heróis. E nós mesmos não fazemos isso, não é mesmo Barbara? Por essas e outras, nosso país está na situação que se encontra… Lamentável!
[…] muitas outras cidades gostosas perto de Florença: não posso deixar de mencionar Pistoia que em 2017 é a capital italiana da cultura e tem um centrinho bem gostoso para passear, repleto […]