Muita gente associa macarrão, pizza, salames e presuntos a uma alimentação pouco saudável. Mas afinal a comida italiana engorda ou faz bem? Descubra aqui.
Índice do artigo:
1. A comida italiana e a dieta Mediterrânea
2. O que é a dieta Mediterrânea / Mediterrânica
3. O Manifesto Slow Food de 1987 e o Movimento Slow Food hoje
4. A pirâmide alimentar Mediterrânea
5. As refeições dos italianos
6. Afinal, a comida italiana engorda?
7. Quer comer comida italiana sem engordar?

1. A comida italiana e a dieta Mediterrânea
Para poder dizer se comida italiana engorda ou não, primeiro precisamos definir o que é comida italiana.
Não existe um único prato típico da Italia, as especialidades variam de acordo com as cidades e tradições locais. Mas antes de entrar em um menu específico, vale lembrar que os italianos tem uma alimentação bastante variada também conhecida como “dieta mediterrânea”.
2. O que é a dieta Mediterrânea / Mediterrânica
A Dieta Mediterrânea é tão famosa que em 2010 entrou na Lista de Patrimonio Cultural Imaterial da Unesco. Praticamente se trata de um modelo de nutrição comum na área do Mediterrâneo inspirado nos hábitos alimentares de países como Espanha, Italia, Grécia, Marrocos e depois em 2013 incluíram também Cipro, Portugal e Croácia.
De acordo com o documento da UNESCO:
A Dieta Mediterrânea é um conjunto de competências, conhecimentos, práticas e tradições que vão da paisagem à mesa, e incluem a plantação, colheita, a pesca, a conservação, o processamento, a preparação e, em particular, o consumo de alimentos.
A dieta mediterrânea é caracterizada por um padrão nutricional que se manteve constante ao longo do tempo e do espaço, consistindo principalmente de azeite, cereais, frutas e vegetais frescos ou secos, uma quantidade moderada de peixe, laticínios e carne, e muitos condimentos. Tudo acompanhado de vinho, respeitando as crenças de cada comunidade.
No entanto, a Dieta Mediterrânea (do grego diaita, ou estilo de vida) envolve mais do que apenas comida. Promove o convívio social, uma vez que as refeições comuns representam a pedra angular dos costumes sociais e dos eventos festivos. (…)
Ou seja, mais do que um elenco de alimentos ou uma tabela nutricional a Dieta Mediterrânea é um estilo de vida. Um estilo de vida lento, que vai da escolha dos alimentos mais frescos e de melhor qualidade, passa pelo preparo das refeições e termina com o momento de comer.
A refeição italiana é um momento de estar presente, de saborear e celebrar. Nada de comer correndo, nada de comer compulsivamente na frente da televisão sem prestar atenção ao que está entrando pela boca.
Melhor evitar refeições prontas, quanto mais naturais os ingredientes, melhor.
3. O Manifesto Slow Food de 1987 e o Movimento Slow Food hoje
Para evitar que o estilo de vida contemporâneo – frenético, industrial – substitua as tradições alimentares na Italia nasce o movimento Slow Food.

No dia 03 de novembro de 1987 foi publicado o Manifesto Slow Food assinado por Folco Portinari, Carlo Petrini, Stefano Bonilli, Valentino Parlato, Gerardo Chiaromonte, Dario Fo, Francesco Guccini, Gina Lagorio, Enrico Menduni, Antonio Porta, Ermete Realacci, Gianni Sassi, Sergio Staino. Aqui uma tradução rápida do documento original:
Este nosso século, nascido e criado sob o signo da civilização industrial, primeiro inventou a máquina e depois fez dela seu próprio modelo de vida. A velocidade tornou-se a nossa corrente, somos todos vítimas do mesmo vírus: o “Fast-Life”, que perturba os nossos hábitos, nos ataca mesmo para dentro das nossas casas, fecha-nos para nos alimentarmos no “Fast-Food”. Mas o homem sapiens deve recuperar sua sabedoria e se libertar da velocidade que pode reduzi-lo a uma espécie em extinção.
Portanto, contra a loucura universal do “Fast-Life”, deve-se escolher a defesa do prazer material tranquilo. Contra aqueles, e muitos deles, que confundem eficiência com frenesi, oferecemos a vacina de uma porção adequada de prazeres sensuais garantidos, a serem praticados em fruição lenta e prolongada.
Vamos começar logo à mesa com o “Slow Food”, contra o achatamento do “Fast Food” redescobrimos a riqueza e os aromas da cozinha local.
Se o “Fast-Life” em nome da produtividade mudou a nossa vida e ameaça o meio ambiente e a paisagem, o “Slow Food” é hoje a resposta de vanguarda.
A verdadeira cultura está aqui no desenvolvimento do gosto e não na sua miséria, daqui o progresso pode começar com a troca internacional de histórias, conhecimentos, projetos.
O Slow Food garante um futuro melhor.
“Slow Food” é uma ideia que necessita de muitos apoiantes qualificados para fazer deste (lento) movimento um movimento internacional, do qual o caracol é o símbolo.
Hoje Slow Food é uma grande associação internacional no profit que tem o objetivo de dar o justo valor à comida, respeitando produtores, em harmonia com o ambiente e ecossistemas, graças as tradições de cada território. A cada dia Slow Food trabalha em 150 países para promover uma alimentação boa, limpa e correta para todos.
4. A pirâmide alimentar Mediterrânea
O primeiro estudo sobre a dieta mediterrânea ficou conhecido como o “estudo dos sete Países” realizado pelo biólogo e fisiólogo americano, Ancel Keys. Ele comparou as dietas adotadas pelos Estados Unidos, Italia, Finlândia, Grécia, Iugoslávia, Holanda e Japão para verificar os benefícios e pontos críticos em termos de saúde cardiovascular.
O resultado dos estudos não deixaram dúvidas: quanto mais a dieta se distanciava do modelo mediterrâneo, maiores eram os casos de doenças cardiovasculares.
O estilo alimentar identificado por este estudo, e por muitas outras pesquisas que o seguiram, é baseado no consumo prevalente de alimentos de origem vegetal, como cereais e derivados (macarrão integral e pão), legumes, frutas, vegetais e azeite de oliva extra virgem; e no consumo moderado de produtos de origem animal, como carne, laticínios e peixes

Na imagem da pirâmide alimentar acima, divulgada pela Fondazione Veronesi, além das porções de alimentos existe espaço para atividade física, convivência, produtos da estação e de preferência locais.
A nutricionista da Fondazione Veronesi, Elena Dogliotti, explica a dieta mediterrânea (pratiquem o italiano!)
5. As refeições dos italianos
Os italianos fazem em geral 3 refeições principais: o café da manhã, almoço e jantar. É comum também a pausa merenda na metade da manhã ou da tarde.
O café da manhã típico na casa de um italiano inclui uma taça de café ou de leite com café e biscoitos ou torrada com manteiga e geléia (ou Nutella!).
Já o café da manhã típico no bar é o clássico café expresso ou cappuccino com um cornetto (um croissant doce).
O almoço é a refeição principal e quando servido completo inclui um primeiro prato (geralmente macarrão, risotto, polenta ou sopa), um segundo prato (carne, peixe, queijo, ovos ou frios), um acompanhamento (verduras cruas ou cozidas servidas junto com o segundo prato), fruta. Para terminar um cafezinho e quem sabe um licor (o ammazzacaffè). Em almoços mais demorados, quem sabe aos finais de semana ou festas, pode incluir também uma entrada e um doce. A bebida que acompanha as refeições? Água natural ou com gás e vinho.
Está procurando receitas italianas? Um dos sites de receitas mais famosos da Italia é o Giallo Zafferano.
A merenda é também uma pausa quase obrigatória, realizada por volta das 10-11 da manhã (geralmente uma fruta ou focaccia /pão com azeite) ou 16-17 horas, geralmente um sorvete ou uma fruta.
O jantar é parecido com o almoço. A diferença é que em geral quando o almoço é completo, o jantar é mais levinho (apenas um primeiro ou segundo prato).
6. Afinal, a comida italiana engorda?
Não é a comida italiana que engorda, é a quantidade de alimentos que você ingere por dia em relação a quantidade de calorias que gasta.
Parece que os italianos vivem em uma eterna comilança e é verdade. Mas tem um truque. Ou melhor três truques: o truque é a quantidade de comida, o tempo das refeições e a atividade esportiva.
As porções dos pratos são em geral pequenas. Muitos italianos quando cozinham em casa pesam a quantidade certinha por pessoa levando em consideração uma quantidade de macarrão que varia de 80 a 120 gramas por pessoa dependendo da fome. Os molhos são feitos na hora e usam menos conservantes. Entre um prato e outro eles conversam e vão digerindo.
A Educação alimentar é ensinada nas escolas, nos livros para as crianças. Por exemplo: Uga la Tartaruga con la Vela é a mascote dos refeitórios do Comune di Firenze.
Se uma refeição dura 2 horas, não são 2 horas comendo compulsivamente em estilo “all you can eat”. São duas horas tranquilas, comendo, conversando, saboreando. Experimentando um pedacinho de um salaminho aqui, um queijinho ali, lentamente…
Além disso, não é necessário frequentar academia para ser magro na Italia. No centro histórico de muitas cidades o acesso é reservado para pedestres então as pessoas acabam naturalmente tendo que caminhar mais, às vezes se deslocam de bicicleta. As cidades italianas podem ser grandes, mas não são megalópoles. São cidades à medida de pessoas.
7. Quer comer comida italiana sem engordar?
A minha dica é: baixe a app MyFitnessPal para smartphone, anote tudo o que você comer e tenha uma ideia de quantas calorias você efetivamente ingere por dia.
Essa calculadora pode te ajudar a ter uma ideia de quantas calorias deve ingerir por dia
Quer comer mais? Saiba que terá que queimar mais calorias praticando esporte. A app tem uma versão gratuita (eles vão tentar te vender uma versão premium à pagamento, mas basta fechar a janela popup para continuar na opção gratuita).
Um smartwatch também pode te ajudar a ter uma vida mais saudável. Eu adoro o meu Apple Watch que me avisa sempre que fico muito parada e me estimula a praticar esportes.
E se você ainda está com paciência para mais uma dica: em época de covid acabei me acostumando a praticar esporte em casa. Adoro a app para ficar com a barriga sequinha. São aqueles 20-30 minutinhos que dão resultado a médio prazo. E dá para fazer em casa, na viagem, onde você quiser. Experimente e depois me conte!
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